Curiosas semelhanças

Litoral Brasil - Seculo XVIExistem civilizações que não conheciam a roda, ou não usavam certas ferramentas, ou não faziam isso ou aquilo. Mas, curiosamente não há registro em toda a história de uma única sociedade sem religião.
Por que essa busca desesperada do homem por algo que possa transcender?

A despeito de todas as especulações até hoje formuladas, para mim, a melhor resposta ainda é que as similaridades religiosas e mitológicas entre os povos se devem ao fato de que Deus é um só, que a humanidade é uma só e uma única a sua origem, seu pecado e sua busca por algo que ela perdeu lá atrás.

Até mesmo os índios guaranis, vejam só, acreditam em uma espécie e terra prometida, a Terra Sem Mal, onde a doença a morte e a dor não existem e as coisas são perfeitas.

Por conta disso é que os europeus quando chegaram aqui em 1500 encontraram todo o litoral brasileiro ocupado por eles.
Os guaranis acreditavam que essa terra ficava no oriente, no além mar que eles não podiam transpor.

Curiosamente, os guaranis não possuí­am templos, imagens e í­dolos, o que levou os europeus a pensarem equivocadamente que eram completamente destituí­dos de religiosidade. Muito pelo contrário…

(Nota em 11/11/2007: O relato de Antonio Pigafetta, cronista da expedição de Fernão de Magalhães, em 1519, parece confirmar isso, ao dizer que os brasileiros não eram nem cristãos nem pagãos, por não adorarem a “nada”. concordando também com Pero Vaz de Caminha em sua carta sobre o descobrimento do Brasil.)

Os guaranis também acreditavam em Ñamandu.
Ñamandu, para eles, era o criador de tudo, o pai bondoso, doador da vida e de toda a ordem universal.

Em um poema, ele é apresentado da seguinte forma…

“Nosso pai, o Último, nosso pai, o primeiro,
fez com que seu próprio corpo surgisse
da noite originária”

…não é interessante?…

Hamilton Furtado

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Um comentário sobre “Curiosas semelhanças

  1. Muito interessante. Penso como você Hamilton, mesmo nas civilizações mais remotas é possível perceber que a busca pelo transcendente sempre existiu.

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