Miopia antropológica

No progama Canal Livre deste último domingo, 27 de julho, com o assunto ocupação da Amazônia, os generais Cláudio e Gilberto Figueiredo apresentaram as preocupações das forças armadas, mais especificamente o exército, com a região, questionando com muita propriedade a presença das ONGs estrangeiras, a ausência do estado brasileiro (com exceção das próprias forças armadas) e os erros das políticas indigenistas em andamento.

Nesse aspecto, foi interessante observar o quanto equivocada tem sido a forma por parte das instituições oficiais do país, de tratar o índio mais como um animal indefeso em extinção que deve ser preservado do que como um ser humano em condições de decidir e fazer escolhas por si mesmo.

No final do programa, o general narra um excelente exemplo de como a ação de antropólogos, com uma visão estereotipada do índio, é defasada da realidade. Ele conta que em um fórum de debates, uma antropóloga insistia vigorosamente na preservação da cultura indígena a todo custo. Observando o discurso, um índio presente, em certo momento manda trazer um cesto típico de sua tribo, com peso de 40 quilos e pede para a antropóloga carregá-lo nas costas, como as mulheres de sua tribo fazem. Diante do quadro ele, em seguida, se volta e diz: “Veja, não é isso que eu quero para minha filha”.

Alguém precisa de um discurso mais convincente do que este?

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