Apesar do discurso sincero, ainda que totalmente desconectado das atuais tendências de promoção de uma vida mais saudável, o que me chamou atenção nas palavras do nosso presidente não foi a apologia à fumaça “ampla, geral e irrestrita”, mas sim a inadequação na atitude de alguém que supostamente deveria pelo menos tentar dar algum bom exemplo à juventude.
Não me refiro, entretanto, ao aspecto da saúde, apesar de reconhecer a importância deste. Refiro-me à declaração, aparentemente até ingênua, de achar que ele é dono de alguma coisa em Brasília. Ao comentar o decreto que proíbe o fumo em locais fechados no Planalto, Lula respondeu:
“…menos na minha sala. Eu, se for na sua sala, certamente não fumarei porque respeito o dono da sala. Mas, na minha, sou eu que mando.”
Realmente, lembrasse o presidente que ele cumpre apenas um cargo público, investido temporariamente da autoridade que o povo a ele concedeu, e facilmente perceberia a inconveniência de fumar na sala que ele pensa ser dele.
Que fume na casa dele. Lá, realmente, ninguém pode falar nada!