Futebol e ideologia

desbalanço

Impressionante como a polêmica sobre as expressões de cunho religioso na camisa de alguns jogadores da seleção na final da Copa dos Campeões continua ainda rolando depois de tanto tempo após várias semanas do ocorrido. Ao que parece, a imprensa tem interesse em manter a brasa acesa, voltando ao assunto aqui e ali de vez em quanto.

Hoje me deparei com uma chamada na Internet e acabei caindo no blog do Juca, onde passei a rolar a página até cair em uma postagem onde ele aparentemente faz uma tréplica sobre respostas que teria recebido referentes a uma postagem anterior. Essa primeira postagem eu não cheguei a ler, mas li a última, onde ele procura explica a primeira.

O que me chamou a atenção foi o comentário do Juca sobre o campo esportivo não ser um espaço “apropriado” para manifestações desse tipo. Mas, como escrevi nos comentários do blog dele (não sei se será publicad0), a questão é: qual o “espaço apropriado” para alguém poder falar o que pensa?

Se não é apropriado para um atleta usar o seu espaço de trabalho para expressar ideologias de cunho pessoal sob risco de aborrecer os discordantes, por que seria apropriado para um jornalista usar o seu espaço de trabalho para expressar suas ideologias de cunho igualmente pessoal?

Por que seria mais ofensiva uma camiseta onde se lê “I love Jesus” do que um blog onde se lê que a fé é apenas uma “muleta para as agruras da vida” como ele coloca em seu texto?

E se eu pagar para colocar mensagens bíblicas nos painéis? Aí o espaço esportivo se tornará adequado? Afinal, estarei pagando, e o dinheiro estará girando, como qq outro. Será que é esse o problema? Para alguns, provavelmente.

O senhor Juca pode até ser bem intencionado, mas não consegue disfarçar a sutileza do problema de todo discurso ateísta: a ingenuidade arrogante de achar que o ateísmo defende uma postura ideológica neutra.

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