Mais sacolas…

sacola cara de trouxa
Acho que é a primeira vez aqui que posto duas vezes em seguida sobre um mesmo assunto, mas estas sacolinhas realmente estão rendendo.

É fácil para o poder público tomar esse tipo de iniciativa para eliminar as sacolinhas. É como o rodízio de placas: se o trânsito está inviável, basta proibir as pessoas de usarem carro. É mais fácil do que oferecer transporte público de qualidade. Enquanto isso, uma cidade como São Paulo até hoje não tem coleta seletiva de lixo.

A solução realmente passa pela mudança de hábitos, não raro pela retomada de hábitos que tínhamos há décadas atrás e que abandonamos em nome da comodidade.
Quando eu era criança, minha mãe levava uma sacola de plástico quando ia ao mercado, a mesma que servia para a feira. Quando chegava na loja, deixava a sacola num balcão próximo à entrada, pegava um cartão com um número e entrava para as compras. No mesmo balcão deixava-se também as garrafas de refrigerante vazias que seriam trocadas por cheias.

Enfim, há todo um encadeamento de processos na cadeia de consumo que não vão desaparecer só porque a sacolinha grátis sumiu. Há uma demanda por sacos plásticos que vai continuar existindo e nós vamos continuar despachando nosso lixo – incluindo embalagens plásticas – em sacos de plástico, com sacolinhas ou sem elas.

Ninguém deseja deliberadamente poluir e degradar o ambiente. Mas, do jeito que a decisão foi imposta ignorando tudo isso, onerando a ponta mais fraca de sempre e trazendo benefícios aos que já os detém, o povo tem todo o direito sim de se sentir com cara de palhaço. Ou de ‘trouxa’, para ficar mais apropriado ao contexto…

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