William Lane Craig na Gazeta do Povo

Foto: ReasonableFaith

Em sua visita ao Brasil em março, o filósofo cristão William Lane Craig, além da entrevista para a Veja, já comentada aqui, concedeu também uma entrevista para o blog Tubo de Ensaio do jornal Gazeta do Povo.

A seguir alguns destaques:

“Até aquela época, o relacionamento entre ciência e teologia era descrito como uma aliança; os melhores cientistas eram cristãos. Mas, entre o fim do século 19 e o início do século 20, houve um forte esforço para reescrever a história da ciência de modo que ela mostrasse a existência de um antagonismo histórico.”

“A maneira como a mídia popular lida com a popularização da ciência é bem frustrante para mim. Ela segue um roteiro previsível na hora de mostrar a ciência moderna: tenta empurrar interpretações da ciência que são radicais, contrárias ao bom senso e altamente especulativas, em vez de se apoiar nas descobertas sólidas da ciência moderna.”

“Agora estamos começando a perceber que as áreas que se sobrepõem no diálogo entre ciência e religião estão muito ligadas à Filosofia; como nem teólogos, nem cientistas são muito treinados nesse campo, o diálogo tem interferências porque está ocorrendo entre pessoas que, em geral, são “filosoficamente ingênuas”. Um diálogo realmente frutuoso precisa envolver mais filósofos, especialmente os que conheçam filosofia da ciência e a metafísica teológica. Os filósofos serão os mediadores entre as ciências e os teólogos – é um “triálogo”, não um diálogo.”

“A ciência proporciona a informação – por exemplo, sobre o status biológico do embrião ou do feto; mas não podemos buscar nela valores éticos. Aí precisamos da Filosofia e da Teologia para nos guiar em relação ao que é eticamente permissível. Sem isso caímos no utilitarismo, na ideia de que o tecnicamente viável é moralmente permissível, o que é absurdo, sem justificativa.”

“Eu digo que tenho uma atitude cética em relação a certos aspectos da evolução, porque me parece que eles são motivados mais por pressuposições filosóficas que pela evidência física.”

“Cientistas como Hawking e Krauss não são treinados em Filosofia e são bem ingênuos nesse campo. Eles não entendem as implicações metafísicas do que dizem e caem em uma armadilha criada por suas próprias palavras. Hawking, no começo de seu livro The grand design, diz que a Filosofia está morta e que ela não acompanhou os desenvolvimentos da ciência moderna; agora, cabe aos cientistas conduzir a luz do conhecimento. Essa, por si só, é uma afirmação filosófica – e o resto do livro vai fazendo uma afirmação filosófica após outra. Hawking faz filosofia em vez de ciência e não percebe.”

Vale a pena uma conferida na entrevista completa.

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